Um diálogo entre dois artistas. Uma dança entre dois amores. “Há sempre qualquer coisa que está pra acontecer. Qualquer coisa que eu [nós] devia [víamos]perceber.” AInquietação eternizada por José Mário Branco acende a fagulha para a inquietação compartilhada por Manuela Pimentel e JAS diante da constatação de que “o Mundo é um modo assumido de relação com o outro”. A presente exposição é fruto de uma provocação aceite pelos autores com vista a entrever de que forma as obras de cada um podem (ou não) habitar um mesmo espaço. Sem regras nem conceitos pré- concebidos, Inquietação é, antes de mais, o produto de um exercício curatorial a que os artistas se propõem. Lançar um renovado olhar para diferentes momentos de seus percursos artísticos, de modo a que os seus trabalhos interagissem com a arquitetura do espaço expositivo, constitui-se como um desafio inquietante. Aproximando-se da inquietação de José Mário Branco, a pintura de Manuela Pimentel e JAS nasce do incómodo, do inconformismo, da contestação, da resistência – ou será da insistência? – em viver de e para a arte. Assim como acordes dissonantes, resulta também do olhar generoso para a beleza que se depreende do mundo e das pequenas alegrias cotidianas. […] Read More