PANORAMA | CURTAS-METRAGENS PORTUGUESAS
A primeira parte da sessão reúne dois trabalhos de Salomé Lamas e Catarina Laranjeiro: LE BOUDIN documenta o encontro do jovem Elias Geibler com o testemunho de Nuno Fialho, que aos 16 anos de idade foi forçado a juntar-se à Legião Estrangeira francesa, como refere a sinopse que também cita: “Não me alistei. Alistaram-me.” PADIA DI AOS reflete sobre as memórias de guerra, quarenta anos depois, a partir da Guiné Bissau. Aqueles que aderiram ao movimento de libertação e aqueles que lutaram no exército colonial põem em cena uma multiplicidade de discursos irreconciliáveis. Na segunda parte da sessão, quatro curtas-metragens de JAS, Margarida Rêgo, Joana Pimenta e Rui Esperança: MURMURE DE MURS documenta uma ficção a partir do trabalho da artista plástica Manuela Pimentel e do texto escrito por Saguenail. A CAÇA REVOLUÇÕES interroga a revolução de abril de 1974, que não foi vivida pela realizadora, a partir de uma fotografia da época. AS FIGURAS GRAVADAS NA FACA COM A SEIVA DAS BANANEIRAS circula entre uma ficção ancorada numa memória colonial e a ficção científica. TUDO VAI SEM SE DIZER é um retrato da avó do realizador, dona de uma loja de artesanato em Viana do Castelo, o presente do seu quotidiano e a evocação do passado através de uma carta escrita no Ultramar em 1958.